quinta-feira, 19 de agosto de 2010

A Nova Dupla Dinâmica - parte I

Olá
Decidi escrever sobre a ótima fase pela qual vem passando o Batman atualmente, vou tentar fazê-lo em 3 partes (A morte do Batmam - Eulogia - A Nova Dupla Dinâmica), então, boa leitura.


A MORTE DO BATMAN

(contém spoilers, é claro)



A Estrada
Em 2006 o escocês Grant Morrison foi incumbido da tarefa de escrever a revista do Batman, a DC havia colocado seu personagem mais rentável na mão de um dos escritores mais polêmicos da atualidade, que na mesma época escrevia a maxi-série "52" junto com Mark Waid, Greg Rucka e Geoff Johns. Logo de início, temos o arco "Batman e filho", onde o autor trouxe de volta um personagem apagado da cronologia do morcego, o seu filho de 10 anos, Damian Wayne, que mudaria todo o rumo do personagem. Durante sua passagem pela revista, Morrison fez questão de que o personagem passasse por provações inumanas, coisas que o afetariam profundamente , como a ressureição de Ra's Al Ghul (o único vilão que conheçe a identidade do Batman, e avô de Damian Wayne), a morte de Joe Chill, resumidamente, uma grande preparação à derradeira história do Batman: Batman RIP, de 2008.
Em Batman RIP Morrison mostra um Batman cansado, física e mentalmente. A forma de contar essa história é extremamente teatral, como se o autor fosse o mestre de cerimônias do último ato do herói. Ele o coloca contra o maior inimigo do homem-morcego, o psicólogo William Hurt, que plantou uma semente na mente de Wayne anos atrás, num momento de fraqueza, algo que destruiria a mente do cruzado negro, uma palavra-gatilho que, se lida ou ouvida, levaria o morcego à ruína mental, o Zur-en-arrh.



"O Batman se prepara para tudo"
Após vagar as ruas de Gotham como um mendigo, percebemos como o Batman é grandioso. Mesmo inconscientemente, o Batman já tinha se preparado para um ataque à sua mente, ele criou uma personalidade nova, o Batman de Zur-en-Arrh.


(mais louco que o Batman, só o Batman)

O responsável por tudo isso é o Luva Negra (um clube de ricaços de William Hurt), que orquestrou essa vingança para que pudesse matar o Batman e tudo que ele representa, levando a cidade de Gotham ao caos, à morte de seu mais precioso símbolo. Durante o confronto com William, após fugir de uma camisa de força, dentro de um caixão a sete palmos de terra ("... tudo isso é fácil, agora, fugir de 30 quilos de terra, que entra em seus pulmões e não te deixam respirar é mais difícil. Mas longe de impossível"), após perseguir o Dr. Hurt, ele revela que no passado usou a identidade de Thomas Wayne, o Luva Negra é o PAI DE BRUCE WAYNE. Após isso, os dois sofrem uma queda de helicóptero e o Homem-Morcego nunca mais é visto em Gotham City.



Sanção Ômega
Após os eventos de Batman RIP, o Batman atende a uma crise multi-universal junto à Liga da Justiça, a Crise Final (série também escrita por Grant Morrison), que também saiu em 2008. Lá pelo volume 2, Batman é capturado pelos seguidores de Darkseid (posso falar dessa crise mais tarde), que tentam fazer supersoldados baseados na constituição mental do Batman, mesmo drogado e preso, o Batman trava uma batalha dentro de sua mente e consegue escapar, encontrando o próprio Darkseid (a encarnação de todo o Mal, o Diabo pra quem não conhece hehe) e, num dos momentos mais épicos das últimas décadas, o Cavaleiro das Trevas ATIRA em Darkseid, com a bala que o próprio usou para matar um Deus no começo da série e, ao mesmo tempo, é atingido pela sanção ômega, que transporta a alma da vítima a outras realidades de tormento, matando o Batman nessa realidade.



E assim termina a parte I. Semana que vem eu falo sobre o que aconteceu com o mundo na ausência de um Batman.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Filmes - A Origem

Inception (2010)
Direção de Cristopher Nolan.
Leo DiCaprio (Cobb), Joseph Gordon-Levitt (Arthur), Ellen Paige (Adriadne), Tom Hardy (Eames), Michael Kaine (Miles).



Qual é o parasita mais resistente que existe? Uma idéia.
É assim que se inicia um dos filmes mais inventivos já feitos, escrito e dirigido por Cristophen Nolan (de O Cavaleiro das Trevas), A Origem é certamente um dos melhores filmes da década, seja pelo seu brilhantismo visual ou a trama cheia de novos conceitos (ora muito complexos, ora bem simples), o filme não decepciona o hype criado em nenhum momento.



Don Cobb é um ladrão. Ele é um tipo muito exclusivo de criminoso, ele consegue entrar no sonho das pessoas, acessando seu subconsciente e assim, descobrindo segredos valiosos que tal pessoa esconderia, segredos pelos quais outras pessoas pagam uma quantia obscena de dinheiro. Junto com um time de especialistas do sono, o objetivo é criar um estado de sono compartilhado onde o time de Cobb pode assaltar a mente da vítima. A Cobb é dada a oportunidade de limpar seu nome da acusação de assassinato de sua mulher se ele conseguir fazer o contrário, colocar uma idéia na mente de alguém. Descrever a trama do filme, que é complicada por demais, é tirar um pouco da sua mágica, desvendar o roteiro e sua riqueza de novos conceitos sobre sonhos, subconsciente, e tudo mais. O menos que quem for assistir souber, melhor é a experiência do filme.



Sobre as atuações, Leo DiCaprio está mais uma vez impecável (não tanto como em "A Ilha do Medo" na minha opinião) e não parece querer carregar todo o cast nas costas como faz muitas vezes. Um dos destaques é Joseph Gordon-Levitt ("Estiloso" comentário do Henrique) que se mostra um ator eficiente e que definitivamente ainda tem muito a apresentar à indústria do cinema (pra quem não sabe, ele está sendo cotado para fazer o Charada no próximo Batman), apoiado pela ótima Ellen Paige (que cresceu bem debaixo dos olhos do cinema), os veteranos Tom Hardy, Ken Watanabe e Michael Kaine também atuam com charme, fechando o ótimo elenco de apoio.



Um dos principais atrativos, além da trama são os efeitos visuais. Com Inception, Nolan criou um mundo onde o limite é a vontade de quem sonha, um lugar onde é possível dobrar uma cidade sobre si mesma, andar numa escada infinita (como nos desenhos de MC Escher), brigar em gravidade 0. A riqueza gráfica do filme supera muitos dos filmes já feitos. Sugiro achar uma sala Imax para ver o filme (como eu não fiz ¬¬ ). Os cenários são de tirar o fôlego, e prendem a atenção a cada momento (especialmente nas cenas da Van e do Hotel).



Num mundo de reboots, remakes, franquias de filmes que mais parecem seriados, A Origem é um filme original, que prenderá a sua atenção até que os créditos apareçam e com certeza precisa ser assistido mais de uma vez para que se entenda as várias camadas do roteiro, ou para que se pegue cada detalhe da obra visual apresentada. Enfim, uma luz de esperança numa arte onde ser original se torna cada vez mais difícil.

Recomendo: Pra quem gosta de suspense e tramas complexas.
Não recomendo: Pra quem quer ver ação sem qualquer cérebro no cinema.

TRAILER