quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Filme da Semana

BASTARDOS INGLÓRIOS (2009)
Bradd Pitt (Aldo Raine), Cristoph Waltz (Hans Landa), Eli Roth (Donny Donowitz), Daniel Brühl (Frederick Zoller), Diane Kruger (Bridget Von Himmesmark)


Indo no embalo do post da semana passada, mais um Tarantino pro (raro) pessoal que lê o blog. Quero ressaltar nesse post toda a genialidade do (provável) melhor diretor de cinema da nossa geração, Quentin Tarantino, que, aos 22 anos mostrou talento com seu primeiro roteiro. Foi em 1992 que lançou seu primeiro filme, Cães de Aluguel, seguido por Pulp Fiction em 1994, o diretor já mostrava que tinha o dom. Em Jackie Brown, mostrou que sabe pegar um livro e transformar num bom filme, em Kill Bill mostrou que soube respeitar quem lhe inspirou (filmes de kung-fu e vendettas italianas), em Death Proof mostrou que sabe fazer homenagens e em seu último filme, mostrou que é o melhor no que faz.



Contando em capítulos uma história ambientada na França ocupada pelo exército Nazista na segunda guerra mundial, a trama, muito bem montada é focada em várias histórias e personagens, como um grupo de soldados judeus que tem por finalidade exterminar e marcar o maior número possível de nazistas de modo cruel, para espalhar o medo entre eles. Ou mostrar como uma jovem, que testemunhou a execução de toda a sua família, montou seu plano de vingança. Tarantino faz um ótimo uso de flashbacks durante a história, reforçando o caráter traumatizado de alguns personagens (Shoshanna) ou a natureza psicopática de alguns outros (Hugo Stiglitz). Apesar de ser um filme sobre a segunda grande guerra, o filme é um spaguetti western de primeira, reparem no começo "Once upon a time in a nazi-occupied France", as músicas e as motivações de cada personagem.



Tarantino teve à sua disposição algumas das melhores atuações da nossa época, Bradd Pitt mostrou que não é só mais um galã fazendo besteiras em Hollywood interpretanto o carismático Aldo Raine, com seu sotaque carregadíssimo ("Arrivedeci") ou as crueldades de seu personagem, Cristoph Waltz rouba a cena como o "Caçador de Judeus", sádico e em alguns momentos engraçadíssimo (That's a bingo!), até o novato BJ Novak teve seus momentos.



Como todos sabem, Tarantino marca seus filmes com seus diálogos cheios de sarcasmo (e também a cultura pop dos anos 30/40) e, é claro, as cenas de tensão e violência quase extremos. Me marcaram o take em que Hans Landa interroga um fazendeiro procurando judeus em sua casa, onde a jovem Soshanna testemunha o massacre de sua família, e as cenas em que os Bastardos tiram os escalpos dos soldados nazistas (reforçando a natureza western do filme) ou marcam uma suástica na testa dos que saem com vida.



Depois de assistir o filme, ficou uma impressão, uma mensagem, Tarantino filmou a segunda guerra de uma maneira nunca antes vista, e aproveitou pra dizer "Pro inferno com a história, eu quero é diversão!". Alguns fatos históricos ali realmente existem, mas a maioria é invenção do diretor, se você quiser uma aula de história, liga o History Channel e não venha falar mal do cara.



Curiosidades:
-O ator Adam Sandler foi cogitado para o papel de Donny Donowitz. Recusou por causa de outro projeto (que está estreando no BRA), Funny People
-Donny Donowitz faz parte do universo Tarantino. Em True Romance, o produtor de Hollywood que vai comprar a coca se chama Lee Donowitz (e faz filmes de guerra)
-Bradd Pitt já trabalhou com Tarantino em um filme. Respondam nos comentários.
-O filme da première alemã, "Nation's Pride", que tem algumas cenas mostradas, foi dirigido por Eli Roth
-Apesar de não estar nos créditos, Tarantino usou algumas canções do grande compositor western Enrico Morricone (escreveu "exstasy of gold"). As canções eram de outros filmes.
-Eli Roth e Omar Doom quase foram incinerados no take do incêndio, a estrutura começou a cair, por que o incêncio estava fora de controle, a temp. chegou a 1.200 graus. Bombeiros disseram que em mais 15 segundos de filmagens, a estrutura de aço cairia em cima dos atores.
-O primeiro soldado a ser escalpado é um boneco igual ao Tarantino.



Resumo: Filme sobre a vingança e a WWII.
Recomendo: A quem gosta de filmes, em geral, as referências são inteligentíssimas.
Não recomendo: A quem não gosta de violência ou guerra.
Assista Também: Operação Valquíria, O resgate do Soldado Ryan, toda a obra de Tarantino e
Quel Maledetto Treno Blindato (o filme que deu origem).

6 comentários:

  1. filme excelente... recomendo pra todo mundo! Impossível não gostar dos longos (longos mesmo) diálogos dele...

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  2. VC AINDA NÃO ESCREVEU [B]NADA[/B] SOBRE FRIENDS, MY FRIEND...


    (mancada)

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  3. O ar western do filme, já aparece logo no começo com a tipografia do nome dos atores e os tons de marrom, e a música nem precisa comentar né?
    Eu tenho que ressaltar que eu ADOREI o Brühl nesse filme!
    Ele conseguiu me fazer sentir nojo dele! rs

    Adorei o seu post!
    Principalmente a última parte... afinal.. quem vai no cinema pra ter aula de história? rs

    ps.: To devendo 100 escalpos pra ele.

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  4. eu só fiquei meio tonta no filme...
    pq quando começava a prestar atenção nas falas em francês, eles começavam a falar inglês e do nada em alemão... do alemão pra italiano...
    quase tive uma cãimbra mental.... rsrs

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  5. Juuu!
    Aqui vai um post sobre o Friends:

    "Um estudo da Universidade de Oxford revelou que: Friends substitui chocolate como anti-depressivo das mulheres mal-comidas"

    nada pessoal, okaay?
    ;*

    [MuAhUAHuHAuHAuHAuHAu]

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  6. Realmente um excelente filme, uma ótima história e uma tensão-divertida do começo ao fim. Mas não acho que tenha sido o melhor filme do Tarantino, ou aquele que o consagra como gênio. Pulp Fiction já tinha todas as características que 'Bastardos' carrega, violência exagerada (mas justificada), personagens odiosos, inesquecíveis, complexos e retardados (It's a Chopper baby). E a atuação sempre vai ser privilegiada pelos diálogos sensacionais. Brad Pitt é bom, já tinha deixado isso bem claro em Snatch, Clube da Luta e Benjamin Button.
    Tarantino merece o lugar que ocupa desde a hora que resolveu fazer o seu primeiro filme, porque a impressão é que ele sempre se preocupa com o espectador em 1º lugar.

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