sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
Filmes - Top5 + 1
1- A cena do restaurante em Heat, o primeiro encontro (em cena) de dois gigantes do cinema. Além do diálogo ser afiadíssimo, digno de quotes, a atuação impecável dos mestres (dizem que a cena não foi ensaiada at all), o filme é ótimo, a ambientação (quase toda in loco) é perfeita, a trama é intrincada, enfim, esse filme é foda, caralho.
2- O final de Se7en. Já falei do filme aqui no blog. A cena que vou postar é o FINAL do filme, então, 100% spoiler. Seja por toda a tensão criada no filme, a crueldade da cena surpreende, tudo nesse filme é tão bem construído que a cena final por si só vale a pena ver o filme inteiro.
3- Em "Estrada para a Perdição", que também já falei aqui no blog, a cena onde o Anjo da Morte dá cabo de sua vingança. Aqui, uma das melhores cenas de filme de gângster que já assisti, debaixo de uma chuva torrencial em Chicago, Mike Sullivan atira nos capangas do homem que o tratou como filho, detalhe aqui para a expressão do tio Hanks antes de atirar no velho, chega a doer o coração.
4- A história sobre o assalto de banco que virou um sequestro de proporções míticas por causa da mídia americana, "Um Dia de Cão", nesta cena específica, o sequestrador Sonny libera um dos reféns e incita a multidão, gritando "Attica! Attica!", numa alusão a uma rebelião no presídio americano de Attica, onde a polícia executou 39 pessoas, 10 delas reféns. A cena é poderosa, os brados do criminoso recoaram 4 anos depois do massacre (que ocorreu em 71, o filme é de 75).
5- Dirty Harry, em seu filme de estréia, curtindo seu cachorro quente, até que o grupo de assaltantes malvados tentam fugir. Na sua primeira cena de ação, o policial fodão de Clint Eastwood para os assaltantes sozinhos com o seu poderoso magnum, depois solta uma das melhores frases que eu já ouvi "Do you feel lucky, you punk?" Simplesmente demais.
+1
Mais uma cena de restaurante. A mais clássica de todas, a conversa de Michael Corleone e Vigil Sollozo no restaurante italiano, onde o herói de guerra queridinho da família se torna o gângster frio e maldito dos outros 2 filmes.
(vou deixar isso por aqui...)
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
10 HQ'S Pra ler antes de virar comida de minhoca. - Parte 01/02
01- Guerra Civil (2006/2007) Mark Millar e Steve McNiven:
Depois de uma perseguição desnecessária e perigosa para um reality show de heróis, Nitro,um dos vilões em perseguição explode uma cidade inteira, fazendo com que a população culpe os heróis. Até que surge uma lei para que todos os sobre-humanos se registrem para o governo ter um pouco de controle sobre suas ações, claro que essa decisão toma 2 lados, alguns são a favor, outros contra. O Homem de Ferro toma parte de ser a favor e o queridinho da América (da Marvel) contra.
Comentário - Fernando:
O roteiro sempre impecável de Mark Millar é o atrativo principal da guerra civil. Temos aqui momentos épicos, como a revelação do homem-aranha (levando diretamente ao arco “Uniforme Negro”).
Comentário – Henrique:
Muitas brigas, muita porrada, muita lição de moral, altamente recomendável. Meu irmão me apresentou Mark Millar como MARK MILLAR, antes era só o um roteirista, mas depois de ler Guerra Civil, Caído entre os Mortos, Supremos, Supremos 2, Red Son, Kick Ass, e o Velho Logan, com certeza você irá se apaixonar por ele, é um roteiro muito elaborado, muitas vezes elaborado demais, mas ainda assim, mas ainda assim, eu não me canso dele.
02- Watchmen (1986/1987 ) Alan Moore e Dave Gibbons:
O assassinato de um herói mascarado é investigado pelo vigilante Rorschach, numa sociedade que não tolera o “vigilantismo” e Nixon foi eleito trocentas vezes. A investigação leva Rorschach a crer que alguém está perseguindo os heróis aposentados.
Comentário – Fernando:
Leia meu último post...
Comentário – Henrique:
Watchmen é talvez a mais aclamada série de quadrinhos até hoje, talvez seja pelas suas inovações, seja na arte, muito diferente das normais nos anos 80, ou pelo roteiro, com um palavreado e conversações pesados. Mas acho que sobre tudo é a abordagem com o leitor, por mais que não pareça, é mais uma HQ policial. Os vigilantes na verdade não tem nenhum poder, a não ser Jhon, que vira um Deus (mas não combate o crime). Os heróis deixam de ser heróis num simples estalar de dedos, e vivem suas vidas normalmente. Até, bem, começarem a matar os ex-mascarados.
03 – Cavaleiro das Trevas (1987) Frank Miller (Roteiro e Desenhos)
Frank Miller nos mostra aqui um Batman aposentado, Bruce Wayne isolado em sua mansão (e Alfred parece ser imortal), o Coringa está catatônico no asilo arkham, tudo parece bem. De repente, temos a volta do Duas-Caras, e logo, do vigilante mascarado favorito de Gotham City, e do seu vilão. Frank Miller explora o cansaço do herói, as duas forças destinadas a lutarem.
Comentário – Fernando:
Talvez a melhor história de Frank Miller, o herói está velho, a cidade se acostumou à ausência do Morcegão (até se esqueceu dele), todos parecem ter superado o trauma. A volta dele só demonstra como esse tipo de coisa é ao mesmo tempo necessária e nociva. E outra coisa interessante, Miller retrata o Super-Homem como um reacionário, uma arma poítica dos EUA. Genial.
Comentário – Henrique:
Talvez melhor até que qualquer Sin City, Frank Miller se supera em um roteiro genial, mostrando sempre, os dois lados da moeda, ou os 2 lados da face... Mostra o como o Batman sempre vai ter o que ele quer, dos seus meios, e como o coringa sempre vai ser a pedra no sapato do Batman, e como o Super-Man sempre vai ser o “Policial nº 1 da América” ( ou, pau mandado).
04 – All Star Superman (2005/2008) Grant Morrison e Frank Quiterly.
A série All-Star tem uma premissa simples: pegar um autor fodão e dizer “Vai, faz o que tu quiser”, abrindo espaço para uma história completamente nova e fora da cronologia oficial do personagem. É o que Grant Morrison fez, elevou a mitologia do Super-Homem a um nível novo, criou uma história divertida e bem amarrada. Ao tentar salvar a primeira missão tripulada ao Sol, o Homem de Aço é atingido por raios solares nocivos, criando um tipo de super-cancer.
Comentário – Fernando:
Adoro a mitologia que Morrison colocou aqui, ele conseguiu fazer do mito do último filho de Krypton uma história sempre divertida, que prende o leitor. Um detalhe interessante é que ele criou alguns conceitos e expandiu os existentes, como a fortaleza da solidão, ou até mesmo o planeta-bizarro. Destaque para a história da Lois Lane com super-poderes, é romântico e vital à série.
Comentário – Henrique:
All Star, a ascensão de Grant Morrison? Ou a Obra prima dele? Não sei, quando eu ler tudo dele eu dou minha opinião, enfim, é uma história muito boa, impossível querer ler só um volume em um dia, mostra uma das kriptonitas novas, a preta, se eu não me engano... São 12 grandes feitos pelo nosso queridinho da América ( agora, da DC). Para fechar com chave de ouro, uma batalha épica no mínimo.
05 – V de Vingança (1982/1989 ) Alan Moore e David Lloyd
Depois de uma tomada de poder e uma implantação de um regime totalmente ditatorial, que chega até a vigiar as pessoas. Depois de um tempo, é claro que começam a querer derrubar o poder, é aí que surge o “V”, porta voz da anarquia. Então é destruindo marcos ingleses que V mostra o quão frágil o governo é e assim, consegue “chamar” mais pessoas para sua luta.
Comentário – Fernando:
Esqueça o filme, o HQ mostra de uma maneira muito mais densa o que o filme tentou passar. A força do Estado está nas pessoas ou nos governantes, na polícia? Habilmente, Alan Moore dá a resposta através da história do terrorista V, da ingênua Evey Hammond, e de um número enorme de histórias paralelas.
Comentário – Henrique:
É uma HQ genial, mostra o quanto o estado influi na sua vida, mesmo que você não ligue ou não goste, mostra a alienação do povo não só com o governo, e o que cada um é capaz para defender seus ideais. Vale a pena morrer pelo que você pensa? FIKDÚVIDA...
Esse é o fim da 1ª parte. Algum dia a gente posta o resto.
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
Watchmen
A idéia de Watchmen surgiu de uma pergunta bem simples, feita, talvez, pelo autor quando lia as revistas do Superman e suas paródias nas revistas MAD, como seria o mundo se existissem super-heróis de verdade? Como a raça humana se comportaria perante aos heróis? Quais seriam as consequências disso?
Moore destruiu a idéia clássica dos quadrinhos, onde deuses poderiam andar por entre os humanos e em nada afetar a vida humana radicalmente, e essa é a premissa da obra, a simples existência de uma criatura tão poderosa afetaria radicalmente a vida humana, seja no viés político, filosófico, toda a vida humana seria muito diferente se existisse um super-homem entre nós.
A história começa nos anos 80, um mundo onde uma lei proíbe o vigilantismo, Nixon foi reeleito mais vezes do que o país aguentaria, a guerra fria tornou as pessoas paranóicas (grandes manchetes: GUERRA?). E dentro desse novo mundo apresentado, está o vigilante mascarado Rorschach, que investiga a morte de um homem que foi jogado do topo de seu prédio. A investigação leva a descobrir que o homem era o famoso Comediante, um vigilante atuante há mais de 50 anos, nascido na 1ª geração de heróis. Isso leva o anti-herói a tentar avisar os antigos heróis, temos um rechonchudo Coruja Noturna II e o aposentado Coruja Noturna I, o atual megaempresário Ozymandias, e o Semi-deus Dr. Manhattan, que atualmente mora com Espectral.
Em cada encontro, vemos como o roteiro é perfeito, Moore, ao contar a origem de cada herói, dá uma profundidade incrível a cada personagem, contando as ações de cada herói perante às responsabilidades para com a humanidade. Destaca-se uma cena onde os dois principais vigilantes (que trabalhavam para o governo, sim, o governo contratou os heróis) estão na guerra do vietnã, a presença do onipotente Dr. Manhatan e do militarismo do comediante fez os EUA ganharem a guerra.
Ao contar a história dos vigilantes em flashbacks, Moore dá a impressão exata de como cada ação passada, seja do 1º grupo de super-heróis, ou do 2º grupo, influencia tanto no presente e na situação atual de tensão nuclear constante. Temos aqui uma guerra fria intensificada, a fobia americana é imensa. O inglês explora cada aspecto da vida dos vigilantes, temos o contraditório Comediante em 1950 tentando estuprar uma colega, temos o Dr. Manhattan olhando a vida humana como uma equação física e seu afastamento emocional, o violento e traumatizado Rorschach.
Watchmen é uma obra conhecida por tornar a leitura de HQ's uma experiência mais adulta, ao rechear de temas pesados os seus roteiros, como política, física avançada, filosofia. A partir de Watchmen, as HQ's deixaram de ser uma "literatura infantil" para serem visadas para um público mais adulto.
A arte de Dave Gibbons torna a releitura mais prazerosa, após a 1ª releitura, o nível de detalhes é imenso, talvez por que Alan Moore procura ser extremamente detalhista com seus roteiros, descrevendo exatamente o que imagina para cada quadro, cada enquadramento deve ser perfeito. Outro detalhe interessante é o uso de simetrias (espelhamento), cada capítulo, artisticamente falando, é uma espelho do seu reverso (exemplo, o 1º volume e o 12º), os quadros estão na exata ordem, como se as páginas fossem postas num espelho.
Recomendação máxima que eu dou pra quem quer ler HQ's (e mesmo pra quem não quer...), a graça do negócio é ler e reler a obra e tentar entender cada linha da ótima história do inglês.
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
Super-Man: Pelo Amanhã
Roteirista: Brian Azzarello ( Mesmo de "Coringa" )
Arte: Jim Lee & Scott Willams
A história é contada quando superman volta após um ano desaparecido. Junto com Superman "sumiram" mais de um milhão de pessoas, e ninguém sabe o porque, nem mesmo o herói... E ele não é do tipo que deixaria isso barato.
Bom, esse é o tipo de HQ, que faz você terminar na mesma semana que você compra, ou baixa ( o que é muito feio mocinhos!). Isso se você for muito atarefado, porque dá para ler em um dia fácil, e olha que esse HQ é bem grande...
É uma leitura extremamente fácil, porém é preciso ter atenção, porque é em uma fala ou outra, um balão e outro que começa a esquentar a coisa toda...
Brian Azzarello é um ótimo roteirista, ele geralmente escreve para a vertigo, 100 balas, que fala sobre polícia e corrupção, e põe na parede o espírito humano... Porém, Superman não é humano... é neste HQ que você percebe o "homem por dentro" do super-homem...
A Arte, ahh, a arte, geralmente a primeira coisa que eu olho no HQ é a arte, porque dependendo da arte fica IMPOSSÍVEL de se ler um HQ (vide os HQ's dos anos 80, nao consigo nem olhar, sem contar os roteiros toscos da "época de ouro" ['vamos ser amigos e derrotar esse SUPER vilão?' ' claro sou seu amigo nº1]...). Mas essa arte é uma das melhores que eu ja vi, Jim Lee manda a ver!
Se você pensou NOSSA, essa arte é foda mesmo, porque você só deu 9,5 e não 10 seu burrão?!?!
Por isso... As poses do Super-cara... Sempre as mesmas, no matter what, ele sempre vai estar parecendo o fodão... podiam variar um pouco...
Eu tive a chance de comprar a edição de capa dura (a azul, que so símbolo do superman brilha *-*) porém sei que a outra edição é a mesma coisa, tirando a capa dura e o símbolo q brilha... Esta história é impressa em folha especial, bem mais fácil de manusear...
Além disso, no final contém a capa de todas as revistas que saíram essa história singularmente, e conta ainda com comentários e esboços... vale muito à pena...
Resultado:
[Legenda:
Azul -Roteiro - 9
Vermelho - Arte - 9,5
Verde - Edição - 10
Roxo - Média -9,5 ]
UAU
9,5?
Eu leria novamente sem problemas nenhum...
Mas e afinal, quando o superman precisa de ajuda, quem irá ajuda-lo?